sábado, 15 de maio de 2010

PERNAS PARA QUE TE QUERO

Outro dia, uma resenha do Luiz Carlos Merten no jornal Estado de São Paulo me fez parar para pensar. Em seu texto onde ele analizava o filme avatar, Merten confessou que chorou na cena que mostra o personagem principal correndo alucinado em seu avatar. No filme este personagem é um paraplégico, e ao receber seu "novo corpo" ele acaba por recuperar o movimento de suas pernas... por isso sai correndo feito louco. Essa cena emocionou o crítico de cinema do jornal Estado de São Paulo.

Caminhar é um grande prazer para mim. Gosto sobretudo de caminhar pela cidade, observando a paisagem urbana e as pessoas. Concordo que as ruas de Goiânia não é o lugar mais seguro para se caminhar. É preciso agilidade e reflexo (as vezes de atleta) para se desvencilhar dos obstáculos e automóveis que avançam apressados. Mas ainda assim tem sido um grande prazer para mim.

Boa parte de nós foi agraciada pelo dom de poder andar. Mas ao longo da vida o hábito acaba nos fazendo esquecer essa habilidade, tudo fica tão automatizado que sempre que podemos acabamos substituindo nossas pernas por rodas.

O filósofo americano Thoureau era um grande adepto das longas caminhadas. Sair pelos bosques caminhando longas distâncias era sua delícia. Ele dizia não conseguir entender como alguém conseguia trabalhar o dia todo estático, sem fazer uso de sua mobilidade.Para o filósofo isso era enlouquecedor.

Ao que parece caminhar é o esporte mais essencial, e com ótimo custo benefício. Porque não nos emocionar com o corpo que possuímos enquanto o possuímos? Você tem pernas?! Então salte, pule,  pedale, caminhe... corra como o personagem do filme, que só percebeu o valor do que tinha depois de te-lo perdido.

Um comentário:

Lídia disse...

infelizmente, quase tudo na vida é assim: o reconhecimento vem sempre tardio, mas o clichê de se dar valor somente na ausência é a mais pura verdade.

Bjim