Outro dia, uma resenha do Luiz Carlos Merten no jornal Estado de São Paulo me fez parar para pensar. Em seu texto onde ele analizava o filme avatar, Merten confessou que chorou na cena que mostra o personagem principal correndo alucinado em seu avatar. No filme este personagem é um paraplégico, e ao receber seu "novo corpo" ele acaba por recuperar o movimento de suas pernas... por isso sai correndo feito louco. Essa cena emocionou o crítico de cinema do jornal Estado de São Paulo.
Caminhar é um grande prazer para mim. Gosto sobretudo de caminhar pela cidade, observando a paisagem urbana e as pessoas. Concordo que as ruas de Goiânia não é o lugar mais seguro para se caminhar. É preciso agilidade e reflexo (as vezes de atleta) para se desvencilhar dos obstáculos e automóveis que avançam apressados. Mas ainda assim tem sido um grande prazer para mim.
Boa parte de nós foi agraciada pelo dom de poder andar. Mas ao longo da vida o hábito acaba nos fazendo esquecer essa habilidade, tudo fica tão automatizado que sempre que podemos acabamos substituindo nossas pernas por rodas.
O filósofo americano Thoureau era um grande adepto das longas caminhadas. Sair pelos bosques caminhando longas distâncias era sua delícia. Ele dizia não conseguir entender como alguém conseguia trabalhar o dia todo estático, sem fazer uso de sua mobilidade.Para o filósofo isso era enlouquecedor.
Ao que parece caminhar é o esporte mais essencial, e com ótimo custo benefício. Porque não nos emocionar com o corpo que possuímos enquanto o possuímos? Você tem pernas?! Então salte, pule, pedale, caminhe... corra como o personagem do filme, que só percebeu o valor do que tinha depois de te-lo perdido.
Um comentário:
infelizmente, quase tudo na vida é assim: o reconhecimento vem sempre tardio, mas o clichê de se dar valor somente na ausência é a mais pura verdade.
Bjim
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