Ontem eu andava pela minha rua quando vi que um vizinho instalou uma lixeira bem no meio da calçada. E não é um caso isolado, em volta tem mais lixeiras ocupando o centro da calçada. Anos atrás lembro-me de ter conversado com um desses vizinhos sobre a necessidade de deixar o passeio livre para os pedestres, instalando as lixeiras próximas ao meio-fio. Não recordo exatamente o que ele me disse na ocasião, mas lembro-me que ele foi resistente aos meus argumentos. É incrível. Como pode alguém resistir ao óbvio? Que cultura é essa que absolutamente não pensa nos outros? Uma calçada cheia de degraus, repleta de lixeiras cortantes... qual a saída? Fico pensando o quanto somos mesquinhos. Não se trata de um ou outro, mas em nossa cultura somos mesquinhos e estes pequenos gestos nos mostram isso. No caso da lexeira, não iria custar um centavo a mais posicioná-la no lugar certo, mas o cara deliberadamente quer que ela fique exatemente no centro da calçada... talvez ache mais bonito, e que dane-se o resto. Um cara com tal mentalidade só seria sensibilizado por uma bela multa. Só assim ele seria forçado a rever seus conceitos. Mas infelizmente dificilmente a prefeitura vai emitir uma multa nesse caso.
Bom... eu começava a sentir complexo de minoria, a suspeitar que o errado estava sendo eu em pensar diferente, em me preocupar com assuntos tão fora do eixo de discussão, mas acabei encontrando uma matéria na Folha de São Paulo e resgatei minha auto-estima... Acho que estou do lado certo da força. A matéria está no link abaixo, e trata do problema das calçadas.
http://migre.me/OFBn
Um comentário:
Quando se passa a conviver com pessoas com mobilidade reduzida, passamos a ter um olhar ainda mais crítico sobre a cidade. Está realmente tudo fora do lugar, Ricardo!
Bela reflexão!
Abs!!
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