sábado, 27 de março de 2010

EFIM

Uma aventura como a minha, em seus estágios iniciais gera muitos risos, muitas dúvidas e muitos medos. Vou de Goiânia a Curitiba de bike eu dizia, e logo vinha o riso.. tá louco? assalto!! perigo!! etc. Pra ser sincero até uma parte de mim ria dessa idéia. Mas eis-me aqui. Doze dias de pedal, muito sol, muita alegria, dor, tristeza, surpresas, muitos diálogos comigo, com o q tinha em minha volta. Me interessei não somente pelas coisas, mas também pelas pessoas q cruzaram meu caminho. Viajar de bike tem algo que não dá pra explicar, mas quem ja viajou sabe que é assim: As pessoas tendem a ser mais receptivas, se abrem mais com a gente. Muitas pessoas q passariam despercebidas hoje fazem parte da minha memória afetiva. Com respeito tentei transmitir estas histórias pra vcs, pq acho q o ser humano é um milagre da natureza e precisamos sempre aprender uns com os outros, principalmente em situações que não envolvem segundas intenções. Ouvi muitas histórias de dor, mas muitas de dor transformadas em esperança e superação. Cada um faça sua própria leitura dos fatos, ou ao invés de ler, rasgue tudo e jogue fora.


Desde o início eu sabia que minha viagem não era o destino, mas o caminho até o destino... o barato foi pedalar até lá, chegar lá todo mundo chega. Portanto quando eu cheguei ontem nem vibrei tanto, pq a vibração vinha comigo desde goiania. Como previ não vivenciei epifanias de beira de estrada, nenhuma luz se revelou pra mim, nenhuma voz esclarecedora rs. (alguns acham q eu fiz essa viagem em busca desta luz interior). Mas confesso q vivi de forma intensa estes ultimos dias, e isso é o que basta.


Não me sinto no direito de dizer pra cada um lutar pelos seus sonhos... o sonho é seu, faça o q quiser. A única coisa que posso fizer é: não duvide de um ser humano, pq ele é um milagre. Se o cara diz q vai a Curitiba de bike ou a Lua, lhe dê o benefício da dúvida. As vezes a grande ventura vem de loucuras como essa minha de colocar na cabeça pedalar quase 1.300 km, debaixo de sol escaldante, passando sede, as vezes sentindo fome, exaustão, solidão... mas tudo isso foi uma música muito agradável aos meus ouvidos. As vezes queremos q uma melodia seja feita apenas de belos acordes, ou q um belo quadro seja feito apenas de cores luminosas... tem q ter sombras, tem q ter graves, agudos... o diabo a quatro.



Pra finalizar vou deixar uma frase de Goethe, que vi hoje ao sair do museu aqui de Curitiba: Na frase ele dizia que tudo dorme na natureza, cumpre a nós acordar as coisas através do nosso talento.


Fica meio sem nexo dizer isso aqui, mas vou contar: Hoje eu almoçei uma comida bem legal em um restaurante em frente a um museu, e vi um casal de joão de barro descer até a entrada do restaurante e cantarem feito doidos. Logo veio a moça q ali trabalhava e começou a conversar com eles, colocou algo pra eles comerem, eles comeram e sairam voando. Eu disse a ela q ia colocar isso no blog, aqui está. Ela disse q ja tem alguns meses eles "frequentam" o lugar.

Beijo pra quem de beijo, abraço pra quem de abraço e soco pra quem de soco rs
Ricardo Rodrigues, Curitiba 27.03.2010

3 comentários:

BICICLETANDO disse...

Tio edson, quando eu chegar em GYN a gente ve isso junto ok?

Edson de Melo disse...

Acho que já vai ser tarde...

Edson de Melo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.